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sábado, 12 de junho de 2010

BRACHER NO MON

Pintura


MON abre mostra da obra pictórica do mineiro Carlos Bracher

As 79 obras em exibição retratam o universo da pintura de Bracher

10/06/10 às 14:48
Redação Bem Paraná





(foto: Divulgação) Com mais de 50 anos de trabalho, exclusivamente dedicados à pintura, o mineiro de Juiz de Fora Carlos Bracher (1940) “atravessou com bravura os anos adversos” em que a pintura caiu em desprestígio, como explica o amigo e curador da mostra Olívio Tavares. Sem nunca ter aderido a nenhum movimento vanguardista, com propostas de utilização de novas técnicas, suportes e mídias, Bracher permaneceu fiel ao uso de telas, tintas, pincéis e cores.



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As 79 obras em exibição retratam o universo da pintura de Bracher, com o patrocínio do BRDE e Sanepar e o apoio do Ministério da Cultura, do Governo do Paraná e da CAIXA. Inspirado em Van Gogh, por quem tem grande admiração, o artista mineiro produziu uma série de 100 obras em homenagem à passagem do centenário da morte do gênio holandês. Aqui podem ser apreciados alguns exemplares desse episódio e outros que, cronologicamente, percorrem todas as fases e temáticas vividas pelo pintor, da década de 1960 a 2009. O Museu Oscar Niemeyer abre a exposição Carlos Bracher – Um resistente da Pintura.



Desprestígio e ressurgimento



“Dos anos 1960 em diante, as novas linguagens da vanguarda, a partir da arte conceitual – que se propôs abolir o objeto –, e, logo, com as instalações, performances, happenings, vídeo art, etc., decretaram que a pintura estava superada.” Indiferente ao desprestígio dos pintores, especialmente nos anos 1970 e com maior força na Europa e nos Estados Unidos, o artista continuou a pintar. Tendência que também chegou ao Brasil, mas com menor intensidade. A partir do final da década de 1980, a pintura ressuscitou com redobrado vigor e recuperou o prestígio crítico e de mercado com a mesma intensidade e sucesso que as outras linguagens de vanguarda. Bracher persistiu no tempo, por isso é Um resistente da pintura.



Com esta retrospectiva é possível confirmar, com a “festa de cores” de Carlos Bracher, o que disse Olívio Tavares: A observação retrospectiva da produção pictórica de Bracher é um dos argumentos, uma das provas conclusivas de que todas as técnicas e linguagens, quando sabiamente usadas, estão destinadas à permanência.



Festa de cores



O mineiro recebeu as noções básicas de pintura com o tio, Frederico Bracher Júnior, “que era um competentíssimo pintor acadêmico”. Mas foi o temperamento determinado e autodidata do sobrinho que fez com que o artista amadurecesse e se dedicasse integralmente à pintura. “Bracher entende a arte como uma missão a cumprir e jamais pensaria em se dedicar à outra coisa”, analisa o curador.



Para Tavares, o que primeiro chama a atenção na produção do artista é a voluntária expressividade de sua linguagem dramática, enfática e barroca. “Não é sem motivo que ele escolheu morar na cidade barroca de Ouro Preto. Pode-se dizer que, no fundo, Carlos Bracher é um artista inteiramente romântico, o romântico possível, em pleno século 21.”



Entretanto, por mais que seja ligado aos temas clássicos – há notória predominância em sua obra da paisagem, inclusive a marinha –, Bracher provou certo distanciamento da pintura acadêmica, ao buscar mais do que a simples semelhança com a realidade. Nas obras intituladas Museu da Inconfidência, uma pintada em 1985 e outra em 1987, percebe-se que a segunda abandona os detalhes figurativos da primeira, e transforma os elementos narrativos e descritivos em “puras massas de cor”. “Quase podemos dizer que a figuração de Bracher –como toda boa pintura –se enamora da e aspira à autonomia da linguagem abstrata.”



O curador observa que “disso resulta o fato de que os detalhes de seus quadros nos fornecem verdadeiras festas de cores, pinceladas e matérias, como as que se encontram na pintura abstrata”. “Bracher é um excelente pintor ‘à moda antiga’(...) daqueles que trabalham com a tela espichada em chassis e colocada sobre o cavalete, usam tinta, pincel e/ou espátula, se servem muito frequentemente de modelos ou pintam do natural, e se bastam com a pintura, sem a necessidade de sair inventando novidades. Bracher acredita na força e na eterna validade da pintura. Na verdade, o fato de ele ser um pintor-pintor, e nada mais que um excelente pintor, é seu primeiro mérito.”



Serviço:

Bracher -Um Resistente da Pintura

Patrocínios: BRDE e SANEPAR

Apoios: Governo do Paraná. Ministério da Cultura e CAIXA

Visitação: 12 de junho a 29 de agosto

Museu Oscar Niemeyer

Rua Marechal Hermes, 999

Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h

R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes, com carteirinha

Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.